domingo, 8 de março de 2009

Como tudo começou

Lembro- me de, quando criança, ter aprendido pegar em linha e agulha com a vizinha de minha mãe, que era costureira. Para me distrair enquanto minha mãe estava em uma reunião de trabalho, ela me ensinou a fazer bugalhas (ou cinco marias, como alguns preferem), e essa brincadeira me acompanhou por muito tempo.
Após alguns anos, minha mãe me iniciou no crochê, com a tradicional correntinha, com as quais eu fazia colares e pulseiras, para mais tarde fazer toalhinhas para as bonecas , comprando novelinhos mesclados com o dinheiro que meu avô dava para o doce e o sorvete.
Vieram as roupinhas para bonecas com retalhos mal emendados, também . Tricô, também aprendi com minha mãe e com minha irmã mais velha, chamada até hoje de teacher nesta arte; no início era só alegria , até eu querer fazer uma peça, e não só amostrinhas... Lã azul royal, agulhas brancas e um pulôver pela frente - quanto xingar, a pressa era tanta, o trabaho não rendia, eu perdia pontos e tinha que recorrer a teacher inúmeras vezes...até que terminei finalmente e passei a exibi-lo como a um troféu. Fiquei de mal do tricô por um tempo.
Já adolescente eu e minhas irmãs começamos a nos interessar pela moda da época, em que figuravam os aventaizinhos de viscose estampada usados com uma blusinha por baixo. Insistimos para nossa mãe fazer para nós, já que ela tinha conhecimentos em costura adquiridos na época em que era solteira. Baseando-se em um modelo emprestado e resgatando seus apetrechos de costura, ela deu início a essa empreitada e consegui resultados surpreendentes! E não parou por aí. Usando revistas de moda e moldes prontos, deu início a uma produção incrível, que começou com um nível fácil e chegou a incluir vestidos sofisticados para a minha formatura do colegial. Eu e minha irmã mais velha colaborávamos encontrando o risco na folha de molde, fazendo o processo de tirá-lo em folha de seda, recortá-lo, e entregar a nossa mãe cortá-lo no tecido, para logo depois, de volta as nossas mãos, montarmos a peça com alfinetes e alinhavarmos para uma prova, quando seriam feitos os ajustes necessários. Foi nessa época que me familiarizei com termos como margem de costura, pence, ourela do tecido,chulear...
Com o tempo, fui estudar fora, minha mãe muito atarefada, e as costuras foram escasseando...fiquei um tempão sem fazer qualquer tipo de manualidades. Me formei, voltei, e o interesse foi voltando...Fiz tricô, fuxico, customização, crochê, aprendi ponto cruz com a irmã mais nova, biscuit, bordei chinelo, feltro...casei, comprei uma máquina de costura pra mim e continuo querendo mais, sem esquecer onde tudo começou, memórias afetivas da infãncia e adolescência!

Um comentário:

  1. Mais gosta né pepê!! Depois fala do meu futebol!!! Beijos. Te amo muito! Washington

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